Os resultados/exibições do nosso
Vitória
Não tenho por hábito intrometer-me em análises e comentários
técnico-tácticos dos jogos do nosso Clube. Primeiro, porque defendo aquela
velha máxima de que “a tenda quer-se com quem a entenda” e depois, porque tenho
enorme respeito pela árdua tarefa dos treinadores.
Contudo, porque há em cada um de nós, espectadores assíduos
e atentos, uma tendência quase impulsiva para a crítica, vou fazê-lo, expondo-me,
naturalmente, ao livre arbítrio de melhores e mais consistentes opiniões.
A minha impressão no final deste último jogo em Arouca foi a
de que o Vitória entrou mal na partida, deixando-me a sensação, até ao
intervalo, de que não iria conquistar os três pontos. Só que os jogos não
acabam ao intervalo e, certamente fruto de uma boa conversa e ainda de alguma
“mexidas” na equipa, lá partimos para uma 2ª parte de grande luxo! Provavelmente
a melhor parte desde o início do Campeonato. O que se passou na 1ª parte deste
jogo é um pouco o que se tem passado nos últimos – a equipa não se solta e, na
minha opinião, tem actuado longe uns dos outros e a característica mais
peculiar do nosso Vitória, a solidariedade, esvai-se em vários momentos dos
jogos e os jogadores ficam à deriva…o caso de João Pedro foi sintomático! E eu
vou até um pouco mais longe nesta minha análise: quando falei há dias, uma vez
mais, sobre o Pedro Martins lembrar-se-ão, com certeza, que eu disse que lhe
faltavam ainda alguns pormenores que poderiam fazer dele, a breve prazo, um
caso sério no futebol português. Precisa, na minha opinião, de ser mais firme,
mais determinado, mais “senhor do seu nariz”, ao cabo e ao resto, mais
interventivo - isto vem com o tempo, eu sei, mas quanto mais rápido melhor… Não
vou esquecer tão cedo o episódio ridículo que levou aquele sérvio para Espanha,
que veio a traduzir-se numa perda significativa e que nunca mais foi reposta. O
que fez Pedro Martins, em termos públicos? Nada! Limitou-se a ir dizendo que
tinha os jogadores que queria… Quanto eu
o compreendo, meu caro!
E a prova do que acabo de dizer é a tarefa ciclópica que o
treinador tem tido, em muitos jogos, para formar uma equipa mais consistente,
sobretudo no meio campo, capaz de nos levar à conquista do tal lugar europeu que,
independentemente das exibições melhor ou pior conseguidas, haveremos de
conseguir.
Um excelente Novo Ano, para todos!
Alfredo Magalhães