sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A Gala, ainda…



A Gala, ainda…

Ainda sobre a Gala dos Conquistadores impõe-se uma declaração de interesses que evite equívocos, que mais não servem para deturpar uma opinião sincera e muito pessoal que aqui quero deixar – fui um dos maiores entusiastas e impulsionadores desta iniciativa, enquanto presidente do Conselho Vitoriano no início do primeiro mandato desta Administração e por isso e não só, estive presente em todas as Galas e o ano passado fui até surpreendido por um elogio público da parte do presidente do Clube, a propósito da implementação de uma vertente académica no modelo de formação do Vitória que, tanto quanto sei, já não existe.

Nesta Gala, lamentavelmente, não estive presente – não fui convidado e como sócio nº 1208 e accionista da SAD não tinha a certeza se teria lugar. Este triste episódio aconteceu comigo, mas também com inúmeros sócios que se viram privados de um direito que lhes assiste – participar livremente num acto que é deles, que faz parte da sua identidade, enquanto vitorianos de sempre e de todas as horas. A definição do critério que esteve subjacente a esta actuação é absolutamente inqualificável.

O Vitória não pode, na minha opinião, ser administrado como de uma quinta se tratasse, onde o lavrador e seu proprietário usa, de forma discricionária e a seu belo prazer, o poder para decidir quem vai ou quem não vai às festas na sua quinta. Foi o que se passou nesta Gala! O presidente, qual lavrador ou proprietário de uma quinta, convidou quem quis e como quis… E isto não pode acontecer, meus caros amigos! Este acto de grande simbolismo para o Clube não é um qualquer evento para o qual se convida quem se gosta! Em relação a mim e a outros como eu, ex-presidentes ou não, que tanto deram ao Vitória, a atitude ignóbil fica para quem a tomou.
De qualquer das formas, o mais importante agora é olhar para a “floresta e não para a árvore”, não esquecer nunca que a inexorabilidade do tempo encarregar-se-á de fazer o resto e que “para estar junto não é preciso estar perto, mas sim do lado de dentro…”, como disse Leonardo Da Vinci.
Para fechar este dossiê, devo dizer que, ao cabo e ao resto, gostei da transmissão televisiva da Gala – deu, de facto, mais visibilidade ao nosso Vitória.

A vitória de ontem sobre o Vilafranquense levou-nos de imediato para os quartos de final da Taça de Portugal, onde só estão oito equipas e já sem o nosso rival Braga. Mais um pouquinho de sorte no próximo sorteio e estaremos nas meias finais. A partir daí, meus caros, tudo pode acontecer! A final ficará à distância de um clique. Em relação ao jogo propriamente dito, foi uma partida muito pobre da parte do Vitória, sem chama, de serviços mínimos e sem grande história, a não ser o momento da substituição de Hernâni, um episódio “déjà vu” e que entronca naquilo que tenho vindo a dizer desde sempre – na minha opinião, os jogadores emprestados já com algum prestígio quase nunca são mais-valias para o Vitória. Ao contrário, estão mesmo “emprestados”, com todo o simbolismo que o vocábulo carrega - e isso faz toda a diferença.

No próximo domingo vamos defrontar um adversário que eu considero muito complicado. O V. de Setúbal é das equipas portuguesas que melhor funciona no contra golpe. É preciso muita atenção, muita determinação e fazer tudo ao contrário do que fizemos ontem. Nesta fase do campeonato o mais importante é somar pontos…  A denominada “nota artística” há-de voltar…

Alfredo Magalhães

1 comentário:

  1. Talvez a atual direção entenda que o Manuel Serrão tenha feito mais em prol do Vitória que alguns de nós .... O tempo dará a resposta devida !!

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